O presépio é talvez a mais antiga forma de
caracterização do Natal. Sabe-se que foi São Francisco de Assis, na cidade
italiana de Greccio, em 1223, o primeiro a usar a manjedoura com figuras
esculpidas formando um presépio, tal qual o conhecemos hoje. A ideia surgiu
enquanto o santo lia, numa de suas longas noites dedicadas à oração, um trecho
de São Lucas que lembrava o nascimento de Cristo. Resolveu então montá-lo em
tamanho natural, em uma gruta de sua cidade. O que restou desse presépio
encontra-se atualmente na Basílica de Santa Maria Maior, em Roma.
Presépio significa em hebraico "a manjedoura
dos animais", mas a palavra é usada com freqüência para indicar o próprio
estábulo. Jesus ao nascer foi reclinado em um presépio que provavelmente seria
urna manjedoura, como as muitas que existiam nas grutas naturais da Palestina,
utilizadas para recolher animais. Outra versão é que o presépio de Jesus era
feito de barro, aproveitando-se uma saliência da rocha e adaptando-a para tal
finalidade. Esta é, sem dúvida, a versão mais aceita.
O presépio de São Francisco incluía uma manjedoura,
acima da qual foi improvisado um altar. Nesse cenário ocorreu a missa da
meia-noite, na qual o próprio santo com a vestimenta de diácono cantou o
Evangelho juntamente com o povo simples e pronunciou um sermão sobre o
nascimento do Menino Jesus.
Conta-se que naquela noite especial, enquanto o
santo proferia as palavras do Evangelho sobre o nascimento do Menino Jesus,
todos os presentes puderam ver uma criança em seu colo, envolvida em um raio de
luz. A cena foi narrada em 1229 por Tomás de Celano, biógrafo de São Francisco
de Assis. Desde então, os presépios foram se tornando cada vez mais populares
e, além das figuras tradicionais do Menino Jesus deitado na manjedoura, Maria e
José, acabaram incluindo uma enorme variedade de personagens como os pastores,
os Reis Magos, a estrela e os animais.
No Brasil, em muitos estados do Nordeste, até hoje
a montagem dos presépios é acompanhada de danças e festejos conhecidos como
Pastorinhas, versões brasileiras dos autos de Natal, que eram encenações do
nascimento de Jesus típicas de algumas regiões da Europa, como a Provença, na
França.
Nenhum comentário:
Postar um comentário