Em 2009 eu escrevi um artigo intitulado “Deus salve o Maranhão” e quase dois anos depois vejo que este artigo continua atual, haja visto que poucas coisas mudaram com relação à situação de calamidade e abandono em que se encontra o Maranhão. Cidades alagadas, estradas em péssimas condições de trafegabilidade e o povo menos favorecido pagando o preço pelo descaso do poder público municipal, estadual e federal. Vejamos o artigo escrito em 2009.
O que estamos vivenciando no Maranhão, devido às fortes chuvas, não é nem o início e nem o fim de nosso estado, apenas estamos colhendo o que foi plantado ao longo dos anos. Não culpemos a força da natureza que apenas responde à ação do homem no meio em que vive. Vamos pensar nas estruturas que foram feitas nossas estradas, nos descasos ao longo dos anos pela falta de manutenção e que agora não suportam a força da natureza. Estamos vivendo um de nossos piores momentos convivendo ainda com números que nos destacam em primeiro lugar entre todos os estados do Brasil em péssimas condições de infra-estrutura em nossas cidades; primeiro entre as piores estradas e cidades ainda com altíssimos índices de analfabetismo... Estamos no topo e ilhados “cada um no seu quadrado”, eis a nossa situação.
Escutamos muitos discursos “vamos libertar o Maranhão” e eu me pergunto: libertar do quê? Ou de quem? Das pessoas que aqui vivem sofrendo, vendo suas casas serem invadidas pelas águas, ficando a mercê da caridade alheia? Ou dos políticos que pregam essa falsa liberdade? Ora, a verdadeira liberdade exige condições de ordem econômica, social, política e cultural, sendo possível seu pleno exercício. A viva percepção dos obstáculos que a impedem de se desenvolver e ofendem a dignidade humana encontra-se na origem das fortes aspirações à libertação que hoje fermentam em nosso mundo e, é claro, no nosso estado. O discurso continua com o forte tema de mudança que está acontecendo ou que prometem acontecer. Ora percebe-se que aqui as mudanças estão de mal a pior e que a única coisa que muda são as siglas partidárias. Quem ganha com tanta mudança? O povo ganha mais miséria, mais tristeza, diferente de pequenos grupos que ganham mais dinheiro, poder, status. O povo na verdade perde, sofre e chora... Temos motivos para chorar e que bom, somos livres pra isso.
Outro dia ouvi um de nossos políticos sendo questionado sobre o futuro do Maranhão e as suas estradas. Durante sua fala, ele disse uma frase, talvez sem saber, citou o livro do Apocalipse: se estiver na cidade não saia e se estiver no campo não volte para a cidade. Fiquei atordoado com a resposta e pensei: aqui estamos mesmo no fim. A situação é triste e a única coisa que podemos fazer é chorar, não de dor, mas de vergonha por morarmos aqui e sermos maranhenses. Estamos em primeiro lugar no sofrimento. Estamos estendendo a mão pedindo ajuda. Não queremos que isto aconteça com outro Estado, mas se vier a acontecer, já temos a nossa experiência de sofrimento e dor para compartilhar e diante disso dou um conselho: Acordem! Não deixem o vosso estado se transformar no que é o Maranhão hoje.
Deus salve o Maranhão! Este é o meu desejo e o desejo de milhares de maranhense que aqui vivem e que apesar de tanto sofrimento continuam amando essa terra “onde canta os sabiás”. O Maranhão em sua história já lutou para ser Brasil, mas parece que hoje estamos fora dele. Deus salve o Maranhão! Eis a minha oração.
O que estamos vivenciando no Maranhão, devido às fortes chuvas, não é nem o início e nem o fim de nosso estado, apenas estamos colhendo o que foi plantado ao longo dos anos. Não culpemos a força da natureza que apenas responde à ação do homem no meio em que vive. Vamos pensar nas estruturas que foram feitas nossas estradas, nos descasos ao longo dos anos pela falta de manutenção e que agora não suportam a força da natureza. Estamos vivendo um de nossos piores momentos convivendo ainda com números que nos destacam em primeiro lugar entre todos os estados do Brasil em péssimas condições de infra-estrutura em nossas cidades; primeiro entre as piores estradas e cidades ainda com altíssimos índices de analfabetismo... Estamos no topo e ilhados “cada um no seu quadrado”, eis a nossa situação.
Escutamos muitos discursos “vamos libertar o Maranhão” e eu me pergunto: libertar do quê? Ou de quem? Das pessoas que aqui vivem sofrendo, vendo suas casas serem invadidas pelas águas, ficando a mercê da caridade alheia? Ou dos políticos que pregam essa falsa liberdade? Ora, a verdadeira liberdade exige condições de ordem econômica, social, política e cultural, sendo possível seu pleno exercício. A viva percepção dos obstáculos que a impedem de se desenvolver e ofendem a dignidade humana encontra-se na origem das fortes aspirações à libertação que hoje fermentam em nosso mundo e, é claro, no nosso estado. O discurso continua com o forte tema de mudança que está acontecendo ou que prometem acontecer. Ora percebe-se que aqui as mudanças estão de mal a pior e que a única coisa que muda são as siglas partidárias. Quem ganha com tanta mudança? O povo ganha mais miséria, mais tristeza, diferente de pequenos grupos que ganham mais dinheiro, poder, status. O povo na verdade perde, sofre e chora... Temos motivos para chorar e que bom, somos livres pra isso.
Outro dia ouvi um de nossos políticos sendo questionado sobre o futuro do Maranhão e as suas estradas. Durante sua fala, ele disse uma frase, talvez sem saber, citou o livro do Apocalipse: se estiver na cidade não saia e se estiver no campo não volte para a cidade. Fiquei atordoado com a resposta e pensei: aqui estamos mesmo no fim. A situação é triste e a única coisa que podemos fazer é chorar, não de dor, mas de vergonha por morarmos aqui e sermos maranhenses. Estamos em primeiro lugar no sofrimento. Estamos estendendo a mão pedindo ajuda. Não queremos que isto aconteça com outro Estado, mas se vier a acontecer, já temos a nossa experiência de sofrimento e dor para compartilhar e diante disso dou um conselho: Acordem! Não deixem o vosso estado se transformar no que é o Maranhão hoje.
Deus salve o Maranhão! Este é o meu desejo e o desejo de milhares de maranhense que aqui vivem e que apesar de tanto sofrimento continuam amando essa terra “onde canta os sabiás”. O Maranhão em sua história já lutou para ser Brasil, mas parece que hoje estamos fora dele. Deus salve o Maranhão! Eis a minha oração.
Frei,
ResponderExcluirTambém rogo a Deus que salve o Maranhão.
A ler este post lembrei-me de algo que li alguns dias atrás na net da vida, o cerne do texto era exatamente a busca por preciosidades. O texto dizia que a humanidade é um grande garimpo e o que mais aparece é lama, cascalho e pedra sem valor. Porém, no meio, de raro em raro, há pedras preciosas e pepitas misturadas com tudo. Há quem desista rápido e depois de uma busca frustrada dizem: ora aí só tem barro, que sujeirada. Entretanto há quem se aplica quem procura e encontra. No contexto social em que o Maranhão e grande parte do Brasil se encontra, posso constatar a necessidade de educar nossos olhos, apurar os sentidos, pra perceber pedras de valor, pepitas, envolvidas na lama, no cascalho humano. Não é difícil! Como dizia Martin Luther King: “O que me preocupa não é o grito dos maus. Mas sim o silêncio dos bons.” E os bons incluem tanto os que escolhem como os escolhidos. Tenho pra mim que o que falta ao povo do Maranhão é o espírito dos garimpeiros, passou da hora do povo maranhense sair desse estado letárgico e buscar as raridades que existem nesse Estado maravilhoso, o Maranhense tem necessidade de viver o verdadeiro Estado Democrático e abandonar de vez coronéis aproveitadores que só trazem atraso. Esse povo tão aguerrido não merece tanta hipocrisia. Acredito que em meio a tanta lama há de existir preciosidades, basta perseverar e garimpar um pouco mais. Há, só lembrando, saber escolher seus representantes é essencial para o desenvolvimento.
Paz e bem!