É Páscoa! E hoje no mundo moderno da tecnologia da corrida desenfreada e até muitas vezes desleal em que vivemos, precisamos parar por alguns instantes e ver para onde estamos direcionando os nosssos objetivos. Será que estamos correndo apenas atrás só de um bom emprego, de status sociais ou estamos correndo para nos encontrar com Jesus Ressuscitado?
Jesus, que não está entre os mortos, mas sim entre os vivos. Jesus é vivo: esta é a grande realidade que a Páscoa quer anunciar! E se Jesus estiver vivo, precisamos encontrá-lo, dialogar com Ele, viver com Ele e por Ele. É Jesus que, de fato, traçou o único caminho aqui na terra que leva a vida verdadeira. É sempre Jesus que na sua vida terrena pronunciou palavras cheias de vida e realizou atos reveladores da justiça de Deus. A partir da Páscoa a nossa vida deve se tornar uma constante busca do Senhor, o ressuscitado, aquele que Deus Ressuscitou.
No dia em que Jesus foi crucificado acredito que tenha sido uma noite mal dormida para os seus amigos e até mesmo para aqueles que os condenaram à morte. Imagino a dor, o sofrimento e os questionamentos do porque daquela crucificação. Um noite mal dormida! Assim foi para Maria Madalena que foi coorrendo ao tumulo de Jesus, bem de madrugada, quando ainda estava escuro, para ver Jesus morto, mas ao chegar viu que a pedra tinha sido retirada do tumulo” (Jo 20,1).
Portanto, meus irmãos para podermos encontrar Jesus ressuscitado, precisamos correr assim como fez Maria Madalena. Me parece este o sentido da ida ao tumulo de Maria e depois dos discípulos Pedro e João. A ida ao tumulo simboliza o interesse pela pessoa de Jesus, pela sua vida, pelas suas palavras, pelos seus atos. E, é isso também que precisamos fazer dia a após dia: apressar os nossos passos para nos alimentar na fé do Cristo ressuscitado, correr atrás do conhecimento da sua Palavra, da sua mensagem, da sua presença na história.
Ninguém levanta de madrugada se não tiver algo de importante pra fazer. A mesma consideração vale pela corrida dos dois discípulos. “Os dois corriam juntos” (Jo 20,3), lembra o Evangelho, uma corrida que desvende imediatamente o quanto Jesus era importante na vida de Pedro e João. A nossa vida de fé deve se tornar uma corrida, ou seja, um esforço corriqueiro para que a vida de Jesus se torne o centro do nosso interesse, o seu projeto de transformar o mundo em amor e misericórdia se torne o nosso mesmo projeto, o seu pensamento constantemente fixo ao Pai se torne o nosso. Precisamos madrugar para conhecer a Jesus, viver a sua maneira de servir, buscar a sua humildade numa existência de partilha. Precisamos arriscar a nossa mesma vida por amor a Deus e aos irmãos assim como o Senhor fez para nos salvar: é desta forma que o conhecimento de Jesus cresce e amadurece em nós. Já estes primeiros simples dados oferecem um interessante material pela nossa reflexão pascal: afinal de conta, nós estamos madrugando para que? Nós estamos correndo atrás de que ou de quem? O esforço da nossa vida corriqueira é pra conhecer o que? A resposta a estas perguntas revela o nível do nosso interesse verdadeiro por Jesus, interesse que é a chave de entrada no mistério da Ressurreição do Senhor, cujo encontro determina a nossa salvação. Somente correndo ao tumulo, somente madrugando pra ver Jesus poderemos descobrir um dia que a pedra foi retirada. Isso quer dizer o que? Que não podemos ficar a vida toda com um conhecimento superficial de Deus, com um conhecimento infantil, com aquele conhecimento aprendido na infância e nunca mais aprofundado. A pedra tirada do tumulo é um convite para continuar o caminho da busca do Senhor, entrar dentro do tumulo, meter a cara, sair do medo.
Com esta reflexão desejo que você internauta começe a sua segunda-feira - que entre as muitas tarefas que você terá que correr para realizar depois deste prolongado feriado, que não se esqueça de correr também para Jesus. E eu lhe garanto que uma hora diária de corrida para o Cristo Ressuscitado o fará uma pessoa nova, mais cheia de energia e disposição para correr atrás de tudo mais que lhe for necessário. Amém e Aleluia!
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