Somos seres irrequietos, com uma curiosidade insaciável. Isso nos permite encontrar respostas para os mistérios do universo. Somos sem descanso nos nossos porquês. Até os meninos querem abrir os brinquedos, para saber como funcionam. (E nós achamos que eles estão estragando os presentes...). Mas a pergunta suprema é de cunho metafísico: qual o sentido da vida? O cristão se pergunta: de que meios posso me valer para crescer na fé? Como posso ter respostas para os anseios da alma? O que pode alimentar a minha espiritualidade? Mesmo com caridosas advertências dos bispos, muitos fiéis se aproximam de águas contaminadas pelas fantasias humanas, ou de alimentos que não contêm nenhuma substância para nos fortalecer. Refiro-me ao duvidoso apelo às visões e manifestações particulares. "Dei leite a vocês, não alimento sólido" (I Cor 3,2). Se numa região existem 1.000 aparições, seguramente 999 são falsas, provenientes de pessoas ingênuas, visionárias, ou até de má fé. Mas então, o que realmente pode nos ajudar à abertura para uma fé robusta?
Os recursos que a bondade divina nos apresenta são infindáveis. Começo pela Eucaristia, verdadeiro “pão do céu”, seja para adultos e até para crianças. Esse é o maná que nos sacia. Fortalece a fé e a caridade. Põe-nos em contacto com Aquele que pode encher nossa vida de esperança.
Outra ajuda estupenda é a vida em comunidade. Esta nos mostra que a “ovelha que anda sozinha, será pega pelo lobo”. Jesus, desde o começo da vida pública, juntou a Seu redor uma pequena comunidade, para a qual transmitia Seus ensinamentos e Sua graça salvadora. Hoje ainda é assim. Junto com os demais irmãos de caminhada superamos grandes dificuldades. Não esqueçamos a Sagrada Escritura, fonte perene de transmissão das bondades divinas. Ela é a alma da Teologia. Mas, especialmente, ela nos faz entrar em contacto com a pessoa divina. O Espírito Santo de Deus nos ilumina para superarmos os entraves da nossa missão. Sem excluir muitos outros modos de nos fortalecermos no bem, falemos ainda da prática da caridade. Ajudar aos outros não faz só um enorme bem ao semelhante, mas dá um retorno benfazejo ao próprio praticante. Enfim, vamos nos ocupar com revelações particulares somente se sobrar muito tempo. Nós vivemos preferencialmente desses 4 grandes dons.
Dom Aloísio Roque Oppermann scj
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