Novembro e dezembro marcam os festejos da Santa Padroeira dos capanemenses em nostálgicas noites de confraternização, evento que tem tradição de mais de 60 anos. A Paróquia de Nossa Senhora do Perpétuo Socorro se encarrega de coordenar a Festa que envolve todos os setores da igreja, mobilizando líderes que se dedicam de corpo e alma no trabalho voluntário. A nostalgia se completa com a contemporaneidade, pois famílias tradicionais de Capanema são frequentadoras da Festividade.
A história da Festa da Padroeira é contemplada com a existência dos escritos sobre a criação da cidade e antes da definição da categoria, passando de povoado a Vila, a religião católica teve seu marco com a construção de uma capela feita em palha de palmeiras da região. Esses foram os primeiros passos e naquela época, costa na história que a primeira missa aqui realizada foi celebrada por padre José Maria do Lago, convidado especial para a ocasião.
Depois de algum tempo, a prelazia da capital destinou alguns frades para desenvolverem serviços que ao serem concluídos, redundaram na construção de um templo, obedecendo a arquitetura da época, com a predominância de pedras, juntadas a material argiloso, sendo que tijolos cerâmicos também fizeram parte do projeto. Erguida a Igreja Matriz (atualmente auditório frei Leônidas Vavassori), a Paróquia começou a despontar como uma das mais importantes e então, os frades foram designados para o trabalho de evangelização.
Considerando que a cidade rumava para o desenvolvimento, o clero ajudava a decidir casos com a comunidade e com a força religiosa, os passos foram acelerados e os católicos fizeram edificações, multiplicando em números os seguidores da religião Católica Apostólica Romana.
Padre Sales – Para adiantar o compasso da história, a Paróquia começou a ter seus líderes e coube a Francisco Sales, firmar o que já havia sido marcado com a pedra fundamental. Padre Sales, como era conhecido, administrou a Paróquia e dividiu serviços sacerdotais com outros confrades, até Capanema conhecer a emblemática figura de frei Hermes Recanatti, que juntamente com frei Leônidas Vavassori, trouxe as tradições italianas, administrando a Paróquia por longos 30 anos. Adaptado aos costumes da cidade, frei Hermes comandou o rebanho da igreja, em certos momentos, usando a austeridade, prática comum para quem assumia responsabilidade de colocar nos trilhos uma comunidade tradicionalmente evangelizada, entretanto, até então, desprovida de um líder que apresentasse inovações.
Profecias – Quem acompanhou o trabalho de frei Hermes é sabedor de algumas atitudes que ele tomava, determinando regras e exigindo o cumprimento por parte dos paroquianos. Com essas decisões, frei Hermes não admitia desobediência e mantinha sua palavra, sem desmanchar qualquer ato que ele houvesse decidido. Há também registros de coincidências que eram consideradas verdadeiras profecias, consolidando as decisões, mas em certas ocasiões, o italiano mostrava sua sensatez, contando com o apoio da comunidade. Um dos pontos importantes da passagem de frei Hermes por Capanema, diz respeito a amizade que ele tinha com o pastor Armando Chaves Cohen, líder da Assembleia de Deus.
Edição: Dyah Sousa
Fotos: Arquivo do JC e divulgação
Desprendimento- A Paróquia crescia e a Matriz ficava pequena para receber os católicos nas celebrações das missas e durante a Festividade, pessoas de todas localidades vizinhas, vestiam-se à caráter para prestigiar o tradicional arraial, construído no largo da Matriz. Os vendeiros aproveitavam o movimento intenso e ofereciam iguarias da culinária interiorana, sendo que os produtos derivados da agricultura, estavam disponíveis à gosto de cada freguês.
Diversões – Carrossel, barquinha, bonde, roda gigante, pipoca, amendoim, jogos, tiro ao alvo , lâmpadas coloridas, guloseimas e o tradicional passeio na praça, relembram os momentos primitivos do arraial, hoje transformado apenas em pontos de apoio para as comunidades.
Barraca da Santa – Encontros de famílias para se confraternizem nas noitadas, com jantares, leilões, atividades culturais e entretenimento, formam o atendimento da Barraca, que passou a ser chamada Recreio da Festividade, os leiloeiros se encarregam de oferecer produtos frutos de donativos da comunidade e o “quem dá mais”, rende lucros que são destinados às obras sociais da Paróquia.
Texto: Paulo Vasconcellos
Edição: Dyah Sousa
Fotos: Arquivo do JC e divulgação
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