“Vaidade
das vaidades, diz o Eclesiastes, vaidade das vaidades! Tudo é vaidade” (Eclesiastes 1, 2).
A Palavra de Deus, apresentada no Livro do
Eclesiastes, traz para nós uma das meditações mais importantes da nossa vida: a
vaidade. Quando vamos amadurecendo com a vida, percebemos que boa parte de tudo
aquilo que fizemos não passou de vaidade! Em outras palavras: parece que tudo
vai com a idade, tudo passa, só fica aquilo que é essencial.
Nós, muitas vezes, gastamos energia, nossa
disposição e o melhor de nós brigando por causa disso e por causa daquilo;
causamos até intrigas, confusões, mas, depois, vemos que nada daquilo tinha
sentido, foi tudo perda de tempo. Nós deixamos de viver coisas
boas, essenciais na vida, porque perdemos tempo com coisas que são fugazes e
passageiras.
Olhem para os bens materiais que nós, muitas vezes,
preocupamo-nos em ter; uma coisa que era muito importante para nós ontem,
depois de um dia, ou passado algum tempo, já não tem mais nenhum valor, foi
esquecida, foi deixada num canto, perdeu o significado. No mundo, onde as
transformações são tão rápidas, automáticas, deixar-se iludir e enganar-se
pelas vaidades é uma terrível tentação! Sobretudo, num mundo onde estamos nos
comparando uns com os outros, queremos ter o que o outro tem, ser o que o outro
é, e assim, a vaidade vai tomando conta do nosso coração.
Às vezes, brigamos por causa de cargos, por causa
de afetos e acabamos digladiando uns contra os outros, porque nos sentimos
ofendidos por coisas tão pequenas. Depois de um tempo percebemos o erro: “Puxa!
Como eu fui bobo, como fui ingênuo!”.
Quem é sincero consigo mesmo faz um exame de
consciência a cada tempo da sua vida e logo percebe que aquilo que fez, talvez
no ano passado, ou há dez anos, não o faria hoje. Aquilo que dissemos para o
outro, porque veio do ímpeto do nosso coração, percebemos que foi perda de
tempo. E vemos que não precisávamos ter sido tão arrogantes, tão orgulhosos,
não precisávamos ter nos achado tão melhores que os outros.
Na fase da vida em que você se encontra, ainda dá
tempo de reparar as vaidades da vida, os excessos, aquilo que não edifica,
aquilo que é fugaz, temporal, passageiro. Invista a sua vida no essencial, no
fundamental! Invista a sua vida em ser bom para com os outros, na generosidade,
na bondade, e não deixe que a erva daninha da vaidade conduza os seus
pensamentos e os seus sentimentos.
Deus abençoe você!
Padre Roger Araújo
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