Há notícias que nos entristecem ao transmiti-las. Se pudéssemos, as apagaríamos de nossa memória, afastando-a da nossa realidade. Infelizmente, elas teimam sempre por voltar, como desfecho irrefutável.
Desta vez, a triste notícia da morte tem um nome familiar e querido, um rosto, um sorriso, uma identidade: Frei Benjamim Zanardini, frade capuchinho, 72 anos. Morreu segunda-feira, 19 de setembro de 2011, em Bérgamo, Itália, vítima de câncer no intestino.
A notícia deixou a Província Capuchinha Nossa Senhora do Carmo consternada. Logo a minha memória se transportou para longe, para os momentos compartilhados ao seu lado. E, assim, veio ao meu encontro o rosto sereno e o sorriso bondoso de frei Benjamim.
A minha memória evocou o seu abraço fraternal no dia em que me despedi dele no aeroporto de São Luís no mês de junho, quando ele tomou a decisão de retornar à Itália para tratar de sua saúde já bastante debilitada em consequência do câncer. Lembro-me de suas palavras cheias de emoção em seu aniversário de 71 anos na celebração realizada no ano passado na Paróquia de São Francisco em Imperatriz, e lembro-me também de tantos outros momentos que, se tivesse de citá-los todos, encheria páginas e mais páginas e o tempo certamente seria insuficiente para mencioná-los.
Recordo, todavia, o seu olhar terno para com os mais desfavorecidos e especialmente para as crianças que ele amava presentear com pirulitos tirados inusitadamente de seu hábito franciscano. Uma dessas crianças um dia lhe fez a seguinte pergunta: o senhor é Deus? E ele, com aquele sorriso que lhe era peculiar, respondeu: Não! Sou apenas um pobre pecador.
Apesar de ele não ter nenhuma pretensão de virar manchete, Frei Benjamim fez história, cumpriu sua missão na Terra com a caridade e a humildade de um anjo bom. Foi um anjo especial, na visão de seus devotos, de familiares, amigos e confrades.
O coração de frei Benjamim foi grande o suficiente para acolher o sofrimento das pessoas, especialmente dos doentes de câncer e de mães e pais inconsolados pela morte de seus filhos. Com doçura e compaixão, abraçou pobres, doentes, famintos e desesperados.
Ao longo dos seus 72 anos de vida, 52 deles foram dedicados à Ordem dos Frades Menores Capuchinhos. Filho da pequena cidade de Fraine na região de Bérgamo na Itália, ele durante o período em que morou no Brasil, mais precisamente no Maranhão, Pará e Amapá, exerceu as funções de: Formador dos Estudantes de Filosofia, Mestre dos Noviços, Confessor em várias Fraternidades, Pároco em Grajaú, Vigário Geral daquela Diocese e, por último, Vigário paroquial e responsável pela Pastoral da Saúde na cidade de Imperatriz no Maranhão.
Durante todos esses anos não só colocou em prática a Oração de São Francisco de Assis em tudo aquilo que realizou, mas também se tornou verdadeiramente o “Poverello” de Deus.
Calou-se a voz de Frei Benjamim, mas seus ensinamentos, sua bondade e doçura serão cultivadas pelos caminhos por onde ele andou nesta terra.
Adeus Frei Benjamim! Sentiremos saudades, mas nossa certeza é de que um dia nos encontraremos na Casa do Pai, pois “Nenhum de nós vive para si mesmo nem morre para si mesmo. Se vivemos, é para o Senhor que vivemos e, se morremos, é para o Senhor que morremos; pois tanto na vida como na morte pertencemos ao Senhor”. (Rm 14, 7-8).
Gostaria neste momento de agradecer de coração à Província Capuchinha de Lombardia o grande e extraordinário presente que nos fizeram ao enviar para esta Missão Frei Benjamim, verdadeiro santo e humilde frade capuchinho.
E gostaria também de agradecer à família dele ter-nos doado seu filho amado, pois com sua vida, seu testemunho e trabalho ele enriqueceu esta terra sendo para ela bênção e fecundidade.
Deus lhe conceda a alegria plena da Vida eterna bem-aventurada!
Frei José Rodrigues de Araújo - Ministro Provincial
20 de setembro de 2011
A notícia deixou a Província Capuchinha Nossa Senhora do Carmo consternada. Logo a minha memória se transportou para longe, para os momentos compartilhados ao seu lado. E, assim, veio ao meu encontro o rosto sereno e o sorriso bondoso de frei Benjamim.
A minha memória evocou o seu abraço fraternal no dia em que me despedi dele no aeroporto de São Luís no mês de junho, quando ele tomou a decisão de retornar à Itália para tratar de sua saúde já bastante debilitada em consequência do câncer. Lembro-me de suas palavras cheias de emoção em seu aniversário de 71 anos na celebração realizada no ano passado na Paróquia de São Francisco em Imperatriz, e lembro-me também de tantos outros momentos que, se tivesse de citá-los todos, encheria páginas e mais páginas e o tempo certamente seria insuficiente para mencioná-los.
Recordo, todavia, o seu olhar terno para com os mais desfavorecidos e especialmente para as crianças que ele amava presentear com pirulitos tirados inusitadamente de seu hábito franciscano. Uma dessas crianças um dia lhe fez a seguinte pergunta: o senhor é Deus? E ele, com aquele sorriso que lhe era peculiar, respondeu: Não! Sou apenas um pobre pecador.
Apesar de ele não ter nenhuma pretensão de virar manchete, Frei Benjamim fez história, cumpriu sua missão na Terra com a caridade e a humildade de um anjo bom. Foi um anjo especial, na visão de seus devotos, de familiares, amigos e confrades.
O coração de frei Benjamim foi grande o suficiente para acolher o sofrimento das pessoas, especialmente dos doentes de câncer e de mães e pais inconsolados pela morte de seus filhos. Com doçura e compaixão, abraçou pobres, doentes, famintos e desesperados.
Ao longo dos seus 72 anos de vida, 52 deles foram dedicados à Ordem dos Frades Menores Capuchinhos. Filho da pequena cidade de Fraine na região de Bérgamo na Itália, ele durante o período em que morou no Brasil, mais precisamente no Maranhão, Pará e Amapá, exerceu as funções de: Formador dos Estudantes de Filosofia, Mestre dos Noviços, Confessor em várias Fraternidades, Pároco em Grajaú, Vigário Geral daquela Diocese e, por último, Vigário paroquial e responsável pela Pastoral da Saúde na cidade de Imperatriz no Maranhão.
Durante todos esses anos não só colocou em prática a Oração de São Francisco de Assis em tudo aquilo que realizou, mas também se tornou verdadeiramente o “Poverello” de Deus.
Calou-se a voz de Frei Benjamim, mas seus ensinamentos, sua bondade e doçura serão cultivadas pelos caminhos por onde ele andou nesta terra.
Adeus Frei Benjamim! Sentiremos saudades, mas nossa certeza é de que um dia nos encontraremos na Casa do Pai, pois “Nenhum de nós vive para si mesmo nem morre para si mesmo. Se vivemos, é para o Senhor que vivemos e, se morremos, é para o Senhor que morremos; pois tanto na vida como na morte pertencemos ao Senhor”. (Rm 14, 7-8).
Gostaria neste momento de agradecer de coração à Província Capuchinha de Lombardia o grande e extraordinário presente que nos fizeram ao enviar para esta Missão Frei Benjamim, verdadeiro santo e humilde frade capuchinho.
E gostaria também de agradecer à família dele ter-nos doado seu filho amado, pois com sua vida, seu testemunho e trabalho ele enriqueceu esta terra sendo para ela bênção e fecundidade.
Deus lhe conceda a alegria plena da Vida eterna bem-aventurada!
Frei José Rodrigues de Araújo - Ministro Provincial
20 de setembro de 2011
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