Já estou viajando há algum tempo pela Itália e neste período da Quaresma andei por algumas cidades na qual pude me abastecer de muita espiritualidade e cultura. Roma, Milão, Florença... Mas de todas as cidades visitadas uma me encantou profundamente e tocou em meu coração. A cidade foi Pádua, onde nasceu Santo Antônio, nesta cidade ele passou parte de sua vida e faleceu em 1231. A data de sua morte, 13 de junho, é festejada pelos paduanos como a festa del Santo. Além de ser famosa por ter gerado um santo, Pádua também apresenta inúmeros testemunhos de um rico passado histórico, cultural e artístico, que fazem com que seja um notório destino turístico.
Durante os dias que estive em Pádua fiquei hospedado no Convento de Santa Cruz onde morou São Leopoldo Mandic. Para quem não sabe quem foi Frei Leopoldo, vou contar-lhe um pouco de sua história: São Leopoldo Mandic foi um herói dos confessionários. Nasceu em Castelnovo de Cátaro, na Dalmácia (ex-Iugoslávia) em 12 de maio de 1866 e foi batizado como Adeodato Mandic. Os pais, profundamente religiosos, educaram-no nos mais elevados sentimentos em relação a Deus e aos homens.
Com 16 anos, ingressou na Ordem dos Capuchinhos, em Bassano del Grappa, em 1884 e em 1890 já era Sacerdote, quando tomou o nome de Leopoldo.
Em 20 de Setembro de 1890 foi ordenado sacerdote em Veneza. Convencido que o Senhor o chamava a um grande ideal, pediu, com insistência, aos seus Superiores que o deixassem partir para o Oriente a fim de poder dedicar a sua vida à reunificação na Igreja Católica dos cristãos ortodoxos. Porém, as suas precárias condições de saúde não lho permitiram e teve, assim, de se submeter à vontade dos seus Superiores e passou então por diversos Conventos, entregando-se ao ministério das confissões até que, em 1909, foi destinado ao Convento de Santa Cruz, em Pádua, na Itália, com o encargo de atender de forma estável o sacramento da Reconciliação. Ali permaneceu até a morte.
Chegou aos 76 anos. Um tumor no esôfago prostrou-o na manhã de 30 de Julho de 1942, no momento em que se preparava para celebrar a Eucaristia. Naquela manhã, ele mesmo se converteu em vítima sobre o altar do Senhor. As suas últimas palavras foram uma invocação a Nossa Senhora da qual tinha sido sempre devoto.
As vozes e a convicção de todos era que tinha morrido naquele momento um santo. Começaram a invocá-lo para obterem conforto e graças do Céu. O seu corpo, sepultado numa capela junto ao seu confessionário, foi encontrado incorrupto.
Em 2 de Maio de 1976, durante o Sínodo da Evangelização, o Papa Paulo VI beatificou-o, em São Pedro, afirmando, nessa altura: “Que o nosso Beato saiba chamar ao sacramento da Penitência, a este, certamente, severo tribunal, mas não menos amável refúgio de conforto, de verdade, de ressurreição para a graça e de exercício para a autenticidade cristã, muitas almas para lhes fazer experimentar as secretas e renovadas alegrias do Evangelho no colóquio com o pai, no encontro com Cristo, na consolação do Espírito Santo”.
Ele tornou-se santo principalmente por trazer a paz e o perdão. Sua vida lembra aos padres a importância do Sacramento da Reconciliação, o seu bem incomparável e a poderosa ajuda da penitência.
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