Raríssima foto do casal Zélia e Jerônimo com alguns de seus filhos
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A paróquia Nossa Senhora de
Copacabana, no Rio de Janeiro, vai sediar, neste sábado, 18, às 20h, a
cerimônia de abertura canônica do processo de beatificação do casal carioca
Zélia e Jerônimo.
Zélia Pedreira Abreu Magalhães nasceu,
em 5 de abril de 1857, no bairro do Ingá, em Niterói, capital da então
Província do Rio de Janeiro. Jerônimo de Castro Abreu Magalhães (1851-1909)
nasceu em Magé, Província do Rio de Janeiro, em 26 de julho de 1851.
Casaram-se, em 27 de julho de 1876, na Barra da Tijuca.
Zélia e Jerônimo tiveram 13 filhos,
dos quais quatro faleceram ainda jovens e os outros nove seguiram ordens
religiosas. Após a morte do marido, em 12 de agosto de 1909, Zélia ingressou na
Congregação do Sacratíssimo Coração.
A fama de santidade de Zélia e
Jerônimo espalhou-se pela capital carioca logo após a morte deles. Há alguns
anos, segundo conta o responsável pela Causa dos Santos na arquidiocese do Rio,
Dom Roberto Lopes, a abertura do processo seria apenas para Zélia, que morreu
como monja, com o nome de Irmã Maria do Santíssimo Sacramento. No entanto, com
a verificação da biografia, percebeu-se que Jerônimo também viveu com grandes
virtudes.
“As virtudes heroicas de Zélia foram
justamente por ter sido esposa, com todos os filhos consagrados a Deus – três
sacerdotes e três religiosas. Mas, quando foi se verificar, o seu marido tinha
também grandes virtudes: uma história belíssima de um homem de fé, que orientou
os filhos na fé e na tradição da Igreja, um pai generoso”, relatou Dom Roberto.
Com a abertura do processo, Jerônimo
e Zélia serão o primeiro casal brasileiro a, possivelmente, receber o título de
beatos da Igreja.
Segundo Dom Roberto, os postuladores
da causa já coletaram inúmeros relatos de fiéis que receberam graças por
intercessão do casal. Todavia, estas, só serão averiguadas oficialmente após
abertura canônica no próximo sábado.
Para o bispo auxiliar do Rio de
janeiro, Dom Roberto Lopes, a principal mensagem que a vida do casal transmite
às famílias de hoje diz respeito à necessidade de educar os filhos na fé.
“É a grande preocupação que o Papa
Francisco tem apresentado. Tudo na Igreja começa não só no espaço de culto, mas
em casa, na Igreja doméstica. Os pais devem tomar consciência de que são os
primeiros catequistas, são aqueles que devem, com seu exemplo e testemunho,
levar seus filhos para o coração de Deus”, diz o bispo.
“Eu creio que tanto a biografia de
Zélia como de Jerônimo pode ser um grande referencial para o povo brasileiro,
par a América Latina e para a Igreja Universal. Foram pessoas que tiveram uma
experiência profunda com Deus”, completou.
Próximos passos
Com a abertura oficial do processo de
beatificação, começam os trabalhos em torno das obrigações e celebrações
próprias desta etapa. No dia 19, bispos e sacerdotes da arquidiocese do Rio
celebrarão Missas na Igreja de Nossa Senhora de Copacabana. No dia 20, dentro
do encerramento da festa de São Sebastião, às 10h, na Paróquia de São Sebastião
dos Frades Capuchinhos, na Tijuca, serão apresentadas as relíquias do casal,
com a lacração da urna, que receberá o sigilo com as fitas vermelhas.
“Nós faremos a leitura da ata
elaborada em pergaminho, que está sendo preparado pelas monjas clarissas. Ao
término da celebração, as relíquias serão transladadas para a Igreja Nossa
Senhora da Conceição, na Gávea, onde serão expostas para veneração pública até
o desenvolvimento do processo”, explicou Dom Roberto.
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