Nós sempre damos desculpas para os nossos erros e,
muitas vezes, nem os reconhecemos. Precisamos aprender a ser menos rigorosos
com os outros e mais com nós mesmos!
”Assim, tudo o que está escondido deverá tornar-se manifesto, e tudo o que está em segredo deverá ser descoberto” (Mc 4, 22).
Preste atenção, meu irmão, preste bastante atenção,
minha querida irmã, a Palavra de Deus, hoje, nos diz que com a mesma medida que
nós medirmos os outros, nós também seremos medidos e mais: será acrescentado
ainda algo a mais.
Porque nós gostamos de medir, comparar e julgar os
outros com uma medida muito extensa. É próprio do nosso ser egoísta ser
rigoroso ao cobrar, ser rigoroso ao exigir as coisas dos outros. Nós temos mais
facilidade em observar os pecados, as falhas e os erros que as pessoas cometem;
e em sermos intolerantes e incompreensivos quando as pessoas falham conosco. E
o pior de tudo é o excesso de rigor que nós temos, muitas vezes, com as
pessoas; ao passo que com nós mesmos a medida é leve, o fardo é leve. Nós
sempre damos desculpas para os nossos erros, para as nossas falhas; mais do que
dar desculpas, nós, muitas vezes, nem os reconhecemos. E quando erramos,
algumas vezes, a nossa cegueira é tão grande que queremos colocar a culpa nos
outros!
Por isso hoje Jesus nos diz que tudo que está
escondido um dia deverá se tornar manifesto, porque, por diversas vezes,
escondemos as nossas sujeiras, pecados, corrupção e falhas debaixo do tapete,
propositadamente ou não. Nós simplesmente ignoramos, muitas vezes, o que nós
fazemos; pois a nossa cabeça tem um senso de justiça que, na verdade, não é nem
justiça, é o nosso senso de ser ”justiceiros”. Nós queremos que os outros
reparem o mal que cometeram contra nós; nós queremos ver as pessoas se
arrastando, pedindo desculpas e perdão para nós. Contudo, nós pouco pedimos
perdão ou desculpas aos outros, ou reparamos que erramos.
Nós, simplesmente, queremos que Deus nos perdoe
sempre: ”Perdoe-me, Senhor! Perdoe-me, Senhor!”. No entanto, o nosso perdão ao
próximo é medido, regrado, escondido debaixo de mágoas e ressentimentos. O que
nós precisamos hoje é saber contrabalancear a nossa medida, nós precisamos
aprender a ser menos rigorosos com os outros e mais com nós mesmos. Para isso
precisamos nos conhecer melhor.
Quando nós nos conhecemos a fundo, quando nós temos
um autoconhecimento daquilo que somos, das possibilidades e das falhas que nós
podemos cometer, sabemos ser mais misericordiosos, bondosos, e compreender os
limites e as fraquezas do outro.
Deus abençoe você!
Padre Roger de Araújo
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