Expandir a fé cristã. Esta é uma das missões dos frades capuchinhos que estão completando este ano quatro séculos de trabalho religioso, educacional e social no país. Na segunda-feira, (5), até sábado, (10), está acontecendo a Semana dos 400 anos de Presença Capuchinha no Brasil, na Igreja Nossa Senhora do Carmo, no Centro, e tem como lema o versículo bíblico do livro de Deuteronômio: “Quem atravessaria o mar por nós”. Atualmente, a ordem possui 1.100 religiosos espalhados pelos estados brasileiros e, no Maranhão, são 103.
Segundo o ministro provincial, frei Deusivan Santos, o lema escolhido retrata justamente o trabalho que a Ordem vem realizando diariamente, ou seja, falar sobre as obras de Deus pelo mundo e sem haver fronteiras. Ainda segundo o religioso, cerca de 10 anos, estão realizando atividades em Cuba onde há a presença de sete frades brasileiros, três espanhóis, um norte-americano e um cubano.
Em relação à semana festiva, ele falou que aguarda a presença de centenas de religiosos, inclusive, o representante da ordem no Vaticano, o frei Sérgio Dal Mouro; e o presidente da Conferência Capuchinha no Brasil, Francisco Barreto. No decorrer desses nove dias ocorrerão missas, viagens e até mesmo apresentações culturais estão na programação do evento.
O frei Deusivan Santos disse que uma das primeiras viagens está marcada para a próxima terça-feira (6), ao povoado de Santana, em Primeira Cruz, onde será celebrada uma missa com a presença de Dom Xavier Gilles. “Essa foi a primeira cidade que os frei franceses Ivo d’Evreux, Cláudio d’Abbeville, Arsênio de Paris e Ambrósio d’Amiens pisaram em solo maranhense, no dia 26 de outubro de 1612”, frisou.
Na quarta-feira, 7, as atividades festivas estão agendadas para ocorrerem na Igreja Nossa Senhora do Carmo, inclusive, com uma missa celebrada pelo Dom José Belisário da Silva, Ainda neste dia, as celebrações terão a participação dos freis da província de Pernambuco, Francisco Barros; do Ceará, Henrique Araújo; e da Bahia, Rubival Cabral, sendo que no último dia do evento vai ocorrer uma conferência em que será relatado sobre a avaliação dos trabalhos feitos pela ordem no país.
Os capuchinhos no Brasil
“Os verdadeiros homens do evangelho que trazem consigo todos os ensinamentos da religião católica”. De acordo com o frei Deusivan Santos foi com esse pensamento que os capuchinhos chegaram ao Brasil justamente no período da tentativa da França Equinocial, datados de 1612 a 1615.
No ano de 1650, a ordem edificou um convento em Cairu e em 1657 acabou fundando a aldeia de Nossa Senhora dos Remédios do Rio de Contas, hoje , cidade de Itacaré. Foram bastante ativo entre 1670 e 1700, como demonstra a relação das aldeias de franciscanos capuchinhos no rio São Francisco e frades ganharam destaque como Martin de Nantes, Bernard de Nantes, François de Domfront, Anastácio de Audierne, José de Chanteugontier ou Chateaugontier.
No Maranhão, os freis chegaram a cidade de Primeira Cruz onde ergueram um estandarte de Cristo em Upaon Mirim ( Ilha pequena) e em São Luís ficaram instalados na Igreja Santo Antônio. Somente, no ano século XIX, que a ordem ficou consolidada na Igreja Nossa Senhora do Carmo, pois, antes pertenciam aos carmelitas. “Os freis foram corajosos e acreditaram na missão e expandiram a fé católica desde o norte do Maranhão até o Gurupi e, a maioria das vezes, as viagens foram feitas pelos rios maranhenses”, comentou o frei Deusivan Santos.
Ismael Araújo/ O Imparcial
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