terça-feira, 16 de maio de 2017

ENTREVISTA: Aos 57 anos Frei Rodrigo lança seu 10º livro “Alegres na Esperança”


Com várias obras publicadas, Frei Rodrigo lança seu 10º livro “Alegres na Esperança”, no mesmo dia em que completa 57 anos de idade, em 16 de maio. O livro é composto de reflexões que buscam auxiliar a caminhada de fé da igreja e nas relações sociais e familiares. Para falar mais sobre esse momento, ele concedeu uma entrevista por telefone e destacou sobre fé, sacerdócio e sua profunda relação com a literatura. Confira!

- No mundo atual, acelerado por conta da tecnologia e da ciência, ainda há lugar para a fé?
Eu gosto de usar uma expressão muito forte nas celebrações, em que uma das maiores tristezas da humanidade, das famílias e das pessoas é a falta de Deus. Um escritor alemão chamado Nietzsche, dizia que o homem só vai se sentir bem, quando descartar Deus de sua vida. E, eu lhe digo que quanto mais o homem descarta Deus, mais ele se depara, não com a liberdade e a felicidade, mas, com a infelicidade. Portanto, nesse mundo moderno, da tecnologia o caminho ainda é a religião, é a busca da fé, é o encontro com Deus.

- Foi com essa mesma fé que fez com que o senhor se dedicasse a escrever o livro “Alegres na Esperança”?
Um escritor francês, chamado Charles Péguy usava o seguinte pensamento: “A Fé que mais me agrada é a Esperança”. Olhando hoje a realidade em que me encontro sinto que a maioria das pessoas estão sem esperança, algumas me procuram para conversar em busca de uma palavra, de um aconselhamento ou apenas por um gesto de amor. Por conta dessa realidade é que tive a iniciativa de criar o programa “Alegres na Esperança”, exibido diariamente na TV Mãe de Deus, no intuito de levar uma mensagem de fé a tantas essas pessoas que se sentem perdidas, e até desorientadas. Percebendo a boa aceitação, resolvi ir mais além, colocando essas mensagens por escrito e transformando-o em um livro espiritual e também de autoajuda.

- De onde vem essa força tão grande para a produção dos livros, alguma inspiração ou influência?
Eu nasci numa vila, no município de Tuntum, vim de uma família muito simples, mas minha formação foi muito influenciada ou direcionada pela formação capuchinha. Quando entrei no convento eu tinha 12 anos, passava dois, três anos sem sair de férias, então, toda essa realidade tem uma influência muito forte, foi quando eu comecei a dar meus primeiros passos. De um menino de uma vila do interior, de pais muito simples, quase analfabetos eu passei a ter o contato com o mundo italiano, com as comidas, tradições e a literatura, pois nós tínhamos pessoas que nos incentivavam a ler, fazer resumos dos livros e eu me apaixonei pela leitura. Outra influência foram as oportunidades que os meus superiores me deram, não é qualquer jovem que nasceu na realidade que eu nasci que tem a chance de estudar em bons colégios e não trabalhar. Fui estudar em uma das melhores universidades católicas, a Universidade Gregoriana de Roma, fiz pós-graduações, mestrado, viajei para inúmeros países e tudo isso contribuiu para me tornar o homem que eu sou hoje, tanto nas questões pastorais, literais e empreendedoras. Anos atrás eu fiz um curso de RH e até hoje ele tem muita influência no meu trabalho pastoral, eu agreguei recursos humanos, administração de empresas, e adaptei a realidade de igreja.

- Qual o sentimento que o senhor carrega ao lançar o seu 10º Livro no mesmo dia em que completa 57 anos de idade?
Eu não falo de emoção não, até porque eu nem tinha me preparado para esta festa que estão fazendo na cidade de Capanema, eu simplesmente escrevi o livro e ia apresentar para a comunidade. Eu preciso viver meus 57 anos da melhor maneira possível dentro do projeto que Deus tem para minha vida. Portanto, é um momento reflexivo e o que peço a Deus é que me dê forças, não para ser o melhor, mas para oferecer o melhor de mim a todos que necessitam de uma palavra de conforto e esperança. 

- O senhor planeja sua vida ou vai construindo a partir dos acontecimentos que vão surgindo?
Eu sempre vivi meu ministério com muita intensidade, se eu estou aqui servindo o povo de Capanema como pároco, procuro colocar aquilo que tenho de melhor. É dentro dessa realidade, conforme os desafios que vão surgindo, não tem uma coisa planejada, eu nem imaginava que um dia ia escrever algo e tudo foi surgindo a partir da realidade naquele dado momento da minha vida, por isso essa diversidade literária.

- O senhor ocupou vários cargos ao longo de seu ministério sacerdotal, em especial o de Ministro Provincial dos Frades Capuchinhos. O senhor acha que já deu a sua contribuição como sacerdote ou ainda tem algo a mais que gostaria de realizar?
Eu me coloco nas mãos de Deus e da igreja. Ao longo dos anos a igreja me convidou para vários serviços, dos mais simples aos mais importantes, como ministro provincial, participei de comissões internacionais, fui presidente do Conselho de Superiores Maiores dos Religiosos. Hoje eu estou mais tendencioso a me recolher, já fiz minha parte e aos poucos estão surgindo na minha província outros jovens com muito preparo, dedicação e amor à Igreja.  

- O que significa para o senhor ser alegres na esperança?
É o grande desafio que nós temos como cristãos, porque diante dos inúmeros desafios, é preciso, como diz São Paulo, professar a nossa fé e não basta só isso, é preciso viver alegre. Tem uma expressão que eu uso muito nas comunidades, que não basta só servir ao Senhor, é preciso servir com prazer e alegria.

- Para finalizar o que o senhor tem a dizer sobre esta frase: “Todo homem, antes de morrer deve: plantar uma árvore, ter um filho e escrever um livro”?
Essa frase pode ser interpretada de diferentes maneiras, dependendo da vontade de cada um, como frade eu poderia dar uma explicação voltada para o lado religioso, mas respondendo de maneira mais subjetiva diria que: escrever um livro é como ter um filho, é compartilhar conhecimento. É conceber uma nova realidade, autônoma, única, que vai perpetuar meu ser, fazer que eu abrace no tempo futuro, leitores que jamais verei. Escrever um livro é como plantar uma árvore, também é reflorestar o mundo com a semente do conhecimento, das críticas e dos sentimentos, fazendo com que essa árvore “cresça” e leve a lugares nunca imagináveis, despertando em você a essência divina, te fazendo evoluir espiritualmente e intelectualmente. Portanto, creio eu que já posso morrer tranquilamente (risos).


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