“O
justo jamais será abalado; para sempre se lembrarão dele. Não temerá más
notícias; seu coração está firme, confiante no Senhor” (Sl
112,6-7).
A Bíblia afirma que para não sermos esquecidos é necessário
sermos justos. Portanto, a pergunta que faço é: “como você gostaria de ser
lembrado quando a morte bater à sua porta? Seria como um homem que deixou muito
dinheiro para a família? Um homem que viveu só de enganação? Ou como um homem
bom, justo e caridoso? Enfim, de que maneira quero ser lembrado, ou nada disso
importa?”
Estive em Jerusalém e tive a oportunidade de visitar um cemitério
judaico. Uma das coisas que me chamou a atenção foi verificar que os judeus vão
ao cemitério para depositar pequenas pedras nas lajes dos túmulos de seus entes
queridos, ao invés das flores. Agora,
você sabe por que fazem isso? Segundo eles, as pedras não murcham como as
flores. E assim eles podem expressar o seu amor eterno aos seus entes queridos,
significando “enquanto existir esta
pedra, lembrar-me-ei de você”!
Mesmo professando uma fé diferente eu gostei imensamente
dessa forma deles manifestarem o seu amor aos seus entes queridos. Então, eu
quero viver bem os dias que me restam na terra e quando chegar a hora da minha
morte gostaria de ser lembrado pelas obras realizadas em favor dos irmãos e da
minha comunidade. Assim serei lembrado para sempre, não pelos bens materiais
que deixarei, mais pelas minhas ações.
Em Eclesiástico 44,10-15, diz: “Estes são homens de misericórdia, seu gestos de bondade, não serão
esquecidos”. Não é sua riqueza que irá fazer com que as pessoas recordem de
você, mas seus gestos de bondades que não serão esquecidos, eles permanecem com
seus descendentes. Seus filhos e netos são suas melhores heranças. Seu corpo
será sepultado na paz e seu nome durará através das gerações.
Portanto, um homem só morre de verdade quando ninguém se
lembra mais dele, por isso construamos a nossa história em cima de gestos de
misericórdia e bondade. Que a presença de Deus cresça sempre mais em nossas
vidas, para que nunca sejamos esquecidos por nossos parentes e amigos.
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ESPAÇO PARA LEITURA: A
República da Propina de Marlon Reis
A indicação de hoje foi de Bruno Pereira Lima, ele está lendo “A República da Propina”.
Descrição:
Um dos criadores da lei da ficha limpa, o juiz Márlon
Reis trabalhou por quase duas décadas no interior do país acompanhando
processos eleitorais. Também leu mais de mil sentenças da Justiça Eleitoral,
além de estudos internacionais. Essa imersão em histórias de compras de voto e
outras fraudes originou este romance que, nas palavras do autor, “não é bem uma
ficção; é uma trama baseada num realismo nada fantástico”. O narrador é Cacá
Furtado, assessor do deputado federal Cândido Peçanha – que, por sua vez,
protagonizou o best-seller O nobre deputado, publicado por Reis em 2014. Em “A
república da propina”, Cacá relata histórias inspiradas em casos reais, como o
do prefeito eleito que mandou capangas retirarem a caixa d’água de uma eleitora
ao descobrir que ela votara em outro candidato – e se tornou o primeiro
político do país a perder um mandato em virtude da compra de um único voto. Ao
longo dos anos, Cacá descobre sua vocação: escrutinar almas em busca de
favorecimentos. Seja o velho Jonas, disposto a fazer campanha em troca de
remédio para impotência, seja o candidato Dinho do Filé, massacrado nas urnas
depois de se recusar a presentear sua comunidade, todos fazem Cacá perceber que
a dignidade sempre está à venda. É tudo uma questão de saber o preço de cada
um.
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